29.11.12
Diário de um Voluntário
7 de Janeiro de 1865, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Meu nome e Andre Souza Soares. Eu pretendo, futuramente, me tornar um soldado a serviço de Dom Pedro II, e escrevo esse diário em meu quarto, em minha humilde casa. Minha família e proveniente de Santa Catarina, mais especificamente da cidade de São Francisco do Sul, onde minha família vinda de Portugal (por parte da minha mãe) e da Franca (por parte do meu pai) criaram suas raízes nessa nação recém-nascida. Eu nasci em 1846, filho de Mafalda Souza Soares, que e natural de São Francisco do Sul, e Pedro Tissou (nascido Pierre Tissou), imigrante francês naturalizado brasileiro. Tenho quatro irmãos, trés mais velhos e um mais novo: Luis (mais velho de todos, 23 anos), Henrique (segundo mais velho, 21 anos), Carlos (terceiro mais velho, 20 anos) e Roberto (cacula, 16 anos). Nos nos mudamos aqui para Porto Alegre não faz nem meio ano, por que meu pai quer trabalhar na reforma da cidade, que vai se tornar uma base de operações pro exercito, e também por que ele acha que temos mais expectativa na vida estudando aqui. Eu e meus irmãos porem, temos outros planos. Pretendemos nos alistar no exercito e lutar na Guerra do Paraguai, por que ficamos sabendo que o Imperador precisa de soldados, desde que uma incursão brasileira no Paraguai fracassou miseravelmente em seus objetivos. Um dia desses, eu e meus irmãos vamos confrontar nosso pai com nossas vontades, mas ate la, nos estamos aproveitando nossa vida tranquila nessa cidade em construção Fiquei sabendo que ela e bem antiga, fundada antes do Império mas, pelo que me parece, ela só foi construída agora ha pouco, por que toda vez que caminho pelas suas ruas, posso sentir o cheiro de tinta fresca e vejo pedreiros, carpinteiros, marceneiros, escravos e vários operários trabalhando rapidamente, como se tivessem prazo para terminarem a cidade. Ouvi, em certa manha, alguns comentarem que Dom Pedro em pessoa iria vir inspecionar o trabalho, e que iria fazer um discurso para as tropas imperiais estacionadas aqui, e rumar para o Paraguai, atras de Solano Lopez e as tropas sanguinárias dele. Meus pais provavelmente já sabem que eu pretendo me alistar, mas, quando aparece alguma manchete de jornal falando do assunto, ou alguém comenta algo, eles sempre aparentam indiferença com a Guerra. Talvez eles simplesmente nos deixem ir lutar, mas ainda assim meus irmãos fazem planos de fuga pra podermos entrar no exercito. Bem, minha mãe agora esta gritando la da cozinha, e tenho que ir jantar. Amanha continuo esse relato, me sinto cansado.
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